Terminei de Ler: Quando a Bela Domou a Fera

Quando a Bela Domou a Fera
Autora: Eloisa James
Páginas: 320
Formato: 17x23 cm
Editora: Arqueiro

Eleito um dos dez melhores romances de 2011 pelo Library Journal, "Quando a Bela domou a Fera" é uma releitura de um dos contos de fadas mais adorados de todos os tempos.

Piers Yelverton, o conde de Marchant, vive em um castelo no País de Gales, onde seu temperamento irascível acaba ferindo todos os que cruzam seu caminho. Além disso, segundo as más línguas, o defeito que ele tem na perna o deixou imune aos encantos de qualquer mulher.
Mas Linnet não é qualquer mulher. É uma das moças mais adoráveis que já circularam pelos salões de Londres. Seu charme e sua inteligência já fizeram com que até mesmo um príncipe caísse a seus pés. Após ver seu nome envolvido em um escândalo da realeza, ela definitivamente precisa de um marido e, ao conhecer Piers, prevê que ele se apaixonará perdidamente em apenas duas semanas.
No entanto, Linnet não faz ideia do perigo que seu coração corre. Afinal, o homem a quem ela o está entregando talvez nunca seja capaz de corresponder a seus sentimentos. Que preço ela estará disposta a pagar para domar o coração frio e selvagem do conde? E Piers, por sua vez, será capaz de abrir mão de suas convicções mais profundas pela mulher mais maravilhosa que já conheceu?
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Quem é que não gosta de um bom romance de época?
Por mais cheios de clichê que sejam, desde que bem trabalhados eles são capazes de nos fazer suspirar, sorrir, ou até querer entrar no livro e dar uns tapas em alguém :P

Quando a Bela Domou a Fera é um desses livros. Ele tem todos os elementos comuns de um romance: uma mocinha linda e de língua afiada, um nobre riquíssimo mas com má reputação por algum motivo, uma situação-problema constrangedora, vexatória ou economicamente vergonhosa e pais que acham que tem a solução para tudo...
Se você curte os livros de Julia Quinn, certamente irá gostar. Se curte House, provavelmente também.

Linnet é a bela mocinha que sempre tem uma resposta na ponta da língua. Após debutar e virar objeto de desejo de todos os bons partidos da cidade, ela começa a receber as atenções do príncipe até que por um pequeno descuido com sua vestimenta, ganha uma reputação indesejável. Agora que está na boca do povo e excluída dos círculos sociais, vai aceitar qualquer proposta para tentar recuperar sua reputação.
Piers, o conde de Marchant, é nosso nobre com má reputação. Diferente de muitos romances, a má reputação não se dá por suas "saliências" com as damas, mas sim por seu mau-humor diário e constante. Vítima de um grave acidente ainda quando criança, possui um problema em sua perna que lhe obriga a andar apoiado em uma bengala, além de causar-lhe dores terríveis.

Linnet, apesar de muito inteligente ainda é jovem e inexperiente, por isso quando seu pai decide que o melhor é arrumar-lhe um casamente arranjado o quanto antes, ela acaba consentindo e indo de encontro ao Conde de Marchant a fim de oficializar esse matrimônio sem nem conhecê-lo. O pai de Piers não nutre uma boa relação com o filho, mas isso não o impede de acertar todos os detalhes de seu casamento sem que ele saiba. Piers é um homem feito, médico e nunca precisou da ajuda do pai para resolver seus problemas, e principalmente por isso foi que há muito tempo havia decidido nunca se casar e dar fim a linhagem de seu pai. 

É claro que o reencontro de Piers e seu pai solta faíscas, mas talvez não tanto quando o dele e de Linnet. Ambos de personalidade forte e língua afiada, não levam desaforo para casa e encontram um no outro, o parceiro ideal para conversar sobre tudo. Mas é óbvio que eles não admitem isso. De forma alguma Piers quer dar ao seu pai a satisfação de gostar da noiva que ele encontrou. Da mesma forma, Linnet não aceita que vai se casar apenas por obrigação e não admite nutrir qualquer sentimento por Piers, pois sabe que ele nunca corresponderia. De qualquer forma, acabam criando ali uma boa amizade, com abertura para conversar sobre tudo.

Esse é um típico romance de época, que nos insere muito bem na época e realidade dos personagens, nos faz dar risada com algumas conversas entre Linnet e Piers, sofrer com alguns acontecimentos e até ficar com pena de alguns personagens em alguns momentos. Além da trama principal, temos uma outra história que se desenvolve, envolvendo o pai de Piers, e isso ajuda o livro a não ficar tão focado nas mesmas pessoas, consequentemente, menos monótono. 

A narrativa é em 3ª pessoa, e alterna os pontos de vista de Piers e Linnet. Os capítulos são muito bem divididos e nos fazem pensar constantemente: "vou ler só mais um..." e acabamos lendo vários antes de conseguir soltar o livro rsrs. Tanto a história quanto o estilo de escrita nos prendem e estão em perfeita harmonia com a época em que se passam.

Esse livro faz parte de uma coleção, até agora com 5 livros, todos releituras de contos de fadas. Até o momento, a editora Arqueiro anunciou a publicação de mais 2 livros dessa coleção, mas ainda sem data de lançamento no Brasil. Felizmente essa coleção não é sequencial, então caso os demais livros não sejam lançados, não ficaremos com uma história incompleta.
Por fim, nunca é demais lembrar: é apenas uma releitura, muita coisa será diferente d'A Bela e a Fera 'original', mas nem por isso este livro não merece nossa atenção. Recomendo fortemente que você não crie expectativas e se deixe levar e surpreender com essa leitura!

Notas: Capa 5/5; Ideia 4/5; Personagens 4/5; Desenvolvimento 4/5, Conclusão 4,5/5; Revisão 4,5/5

QUOTES
Garotas bonitas em contos de fadas são tão comuns quanto areia na praia. (...)
Esse brilho torna ainda mais triste o fato de que mulheres reais raramente se igualam aos seus equivalentes fictícios.(...)
É claro que há mulheres bonitas, mas mesmo estas estão propensas a todas as mazelas "a que a carne é sujeita", como lamentou Hamlet há muito tempo.

- (...) Já lhe disse várias vezes, todas essa esperteza não lhe faz nada bem. As pessoas querem que uma Lady seja linda, mas esperam que ela seja uma verdadeira dama, ou seja: meiga, obediente e refinada.

-Você é uma romântica, mesmo que pareça contemplar o adultério sem pestanejar.
-Eu leio romances demais para não ser romântica.
-Romances não tem a ver coma  vida real.
-São melhores que a vida real - afirmou Linnet. - Há um prazer enorme em ver pessoas más recebendo o que merecem.

Um comentário

  1. Sempre vejo resenhas muito positivas sobre este livro.
    Gosto bastante de releituras, ainda mais quando autora consegue manter história de fundo e dar uma diferenciada bem legal.
    Sou apaixonada em romances de época, e essa combinação aumenta ainda mais vontade de ler.
    Beijos

    She is a Bookaholic

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